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O precipício

Sou um daqueles que sempre que sonho tento buscar o significado e a interpretação do que pode ser a mensagem.

Entendo que há várias maneiras de interpretar os sonhos (não seus significados), como por exemplo, a ciência interpreta os sonhos como uma experiência de imaginação do inconsciente. Curiosamente cabe lembrar que o Dr. Stanley Krippner, professor de psicologia da Universidade Saybrook, na California, Estados Unidos afirma, após 40 anos de pesquisa, que os seres humanos são capazes de ter sonhos premonitórios, ao contrário do que a ciência preconiza.

Já Freud acreditava que os sonhos são a manifestação de desejos reprimidos durante o dia e que ainda que possam haver absurdos, deve haver uma simbologia na interpretação que, no final, revelaria um desejo do sonhador. Freud afirmava que a somatória de sonhos de um indivíduo poderia demonstrar seu momento psicológico.

No entanto, algumas religiões afirmam que o sonho é a lembrança do que o espirito viu durante o sono, já que o sonho e o sono são provas de que o espirito se emancipa do corpo conscientemente. As religiões afirmam que o sonho é a possibilidade que o espirito tem de “sair da prisão” do corpo.

Eu prefiro entender de que o sonhos tem caráter premonitório, sim, mesmo porque já tive vários avisos durante os sonhos. Já sonhei com morte, o que significou a passagem e o fim de uma etapa de minha vida, com final de vida de uma pessoa querida (que realmente aconteceu) e até sonhei que em determinado dia 07 de fevereiro meu sofrimento acabaria, de fato, pedi minha demissão de uma empresa entregue à escuridão, num dia 06 de fevereiro, tristemente esperando que tivesse que completar os 30 dias, mas no dia seguinte o diretor me dispensou daquele sacrifício.  E baseado nesses episódios, acabo entendendo os sonhos dessa forma.

E, nisso se baseia esta minha história, num sonho que tive recentemente eu fiquei durante muito tempo observando desde o alto de uma montanha para baixo, no que pode ser considerado como um precipício. No sonho eu observava por algum tempo, depois saia e voltava para minhas atividades rotineiras, depois voltava observava o precipício por uns minutos e voltava. Foi quando uma mão gigantesca me empurrou, não com muita força, mas eu não resisti e me deixei ser jogado… Mas, algo me chamou a atenção, pois quando eu caía, eu me sentia feliz, me sentia realizado e plenamente satisfeito por haver sido empurrado.

o precipicio

Tentei interpretar tal sonho o que me trouxe uma das mais importantes e felizes mensagens que recebi em toda a minha vida. Interpretei que o precipício era a fé que eu deveria ter em Deus, pois para nós humanos, repletos de deficiências, que não conseguimos nem vê-lo, senti-lo ou mesmo ouvi-lo cabe a nós acreditar Nele, sem poder percebe-lo por nenhum de nossos sentidos. Mas não devemos somente acreditar nele, devemos lançar-nos no mundo sem medo, pois se temos medo é porque não acreditamos profundamente Nele, se temos medo apenas temos um conhecimento intelectual acerca do que Deus pode ser.

E, ainda seguindo minha interpretação, aquela mão gigante era Deus, que queria que eu me lançasse no precipício, era Ele me pedindo, me orientando a acreditar em que era saudável eu confiar.

O mais interessante do sonho é a minha felicidade em haver-me jogado, minha satisfação em estar caindo, mas seguindo a vontade daquela mão.

E ai, eu filosofo, é isso mesmo que Deus deseja, que nos lancemos ao precipício, ele deseja que acreditemos Nele incondicionalmente a tal ponto, que não tenhamos medo, que não tenhamos temor algum das consequências.

E foi isso que fiz, me lancei no precipício, sem medo, e nessa estou já há algum tempo. Mas isso é só para alguns poucos…

Alvaro Concha – Porto União/SC – Brasil

O precipício
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