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A Casa

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Os jovens Wanderlei de 13 anos, Brito de 14 anos e o pequeno Francisco de 10 anos, sumiram misteriosamente, tal acontecimento durou exatos 2 meses, começava assim um grande mistério a ser desvendado.

Todos os vizinhos, parentes e autoridades, estavam focados no misterioso desaparecimento dos garotos, mas os dias se passavam e nada, nenhuma pista sequer, era um alvoroço em todo o povoado.

Mas como passe de mágica, do mesmo modo que os jovens sumiram, apareceram, e o mais impressionante era que para todos eles, davam a entender que estiveram fora não mais que 2 horas, assim todos estranharam a repercussão.

Por todo esse tempo os 3 jovens foram o maior mistério de todo o Estado da Bahia. Algumas testemunhas diziam que eles sumiram depois de entrar na velha e esquecida casa da feiticeira indígena.Depois de todo o susto, as famílias permitiram que os jovens contassem para imprensa o que realmente tinha acontecido. Agora vamos conhecer a extraordinária e misteriosa história dos jovens que sumiram por meses no interior da Bahia…

O repórter que os entrevistou na época foi o renomado Glauber da “Gazeta do Povo”. Glauber começou ouvindo o mais velho dos jovens, Brito de 14 anos, o que também parecia lembrar com mais lucidez tudo o que tinha acontecido. Com a voz ainda trêmula ele falou.

– Olha seu repórter! Eu até agora não tô entendendo muito isso tudo, mamãe falou que nóis tá longe um bocado de tempo.

Ele realmente não tinha noção do tempo do desaparecimento, o repórter pôs seu gravador em cima da mesa e falou para ele ter calma e contar tudo com detalhes, e Brito então falou.

– Tava chovendo! O Francisco queria, porque queria ir lá na velha casa, aquela que todo mundo tem medo.

O pequenino Francisco balançava a cabeça positivamente a versão de Brito:

– Vanderlei estava com medo

Nesse momento o jovem Vanderlei interrompe o amigo Brito, com tom bravo em sua voz:

– Claro! Viu só no que deu, falei, lá não era lugar de brincar

Brito continuou a falar

– Então, com toda aquela chuva nóis entrou na casa, tava vazia, mais no fogão de lenha tava cozinhando um caldinho de feijão, e tava cheiroso

– Como? a casa não estava abandonada?

Os jovens fizeram uma cara de espanto, pois realmente não tinha sentido algum, caldinho de feijão no fogão a lenha, Brito se calou, fingiu não lembrar de mais nada, mas Wanderlei continuou:

– Tu não lembra Brito? Agora eu tô lembrando, àquela mulher, uai, agora me lembro, foi ela!!!

No sofá o pequeno Francisco mostrou estar com medo, o repórter tratou de acalmá-los.

– Meninos, não precisa ter medo, fiquem calmos, tudo isso já passou tá bom! Não tenham medo!

Wanderlei então continua, Brito por algum motivo resolveu se calar assim como o pequeno Francisco, parecia que algo em suas mentes diziam para parar com tudo aquilo, o pequeno Francisco começou a tremer de bater os dentes, mas Wanderlei continuou.

– Lembro bem! Nóis tava de olho na panela então ela abriu a porta e entrou na casa, e perguntou se a gente queria o caldinho, então nóis tomou e eu fui o último a tomar o caldinho, depois nóis saiu da casa! Ué o que foi gente? Porque vocês tão assim?

O repórter, indagou o jovem:

– Como era essa mulher? Como se chamava? E o que aconteceu quando saíram da casa?

Nesse momento, Brito e Francisco gritam juntos:

– Não! Não! Pára Wanderlei sabe que não pode falar, pára! Chega, não fala mais nada, eu não quero morrer.

Um certo tumulto começou, os meninos ficaram apavorados, os pais então pegaram seus filhos dizendo que eles não iam dizer mais nada, devolveram a quantia que o repórter tinha oferecido pela matéria e foram embora, já Wanderlei resolveu ficar e contar tudo.

Na verdade, a madrasta dele meio que forçou o garoto a contar, devolver a quantia pela reportagem não passava pela cabeça dela, então Wanderlei continuou.

– A mulher era velha, usava um lenço preto na cabeça, tinha também brincos grandes! Ahhh, é verdade, ela não tinha um dos braços, isso era de arrepiar.

Nesse momento a madrasta de Wanderlei interrompe a conversa:

– Essa é a velha índia! Que isso, como pode isso! Tem certeza Coquinho? Coquinho era o apelido do jovem Wanderley

A surpresa da mulher causou curiosidade no repórter.

– Que velha índia é essa?

Vendo que Glauber já estava ficando nervoso com tantas interrupções a mulher disse não ser nada, que era apenas confusão de sua cabeça, que não ia mais atrapalhar a reportagem.

Na verdade, a velha índia era uma feiticeira, uma lenda antiga, tão antiga como o próprio descobrimento, diziam que essa índia foi feita de escrava pelos colonizadores, falam também que ela em uma noite de trovão matou seis portugueses com um chá de ervas venenosas.

– Fale mais garoto, essa reportagem já está me saindo é cara demais, tô vendo que foi um erro vir aqui, essa história tá confusa

Wanderlei falou, falou com detalhes uma história muito misteriosa, e a cada fala do jovem (coisas) aconteciam na casa, a porta se fechou sozinha, depois um miado de gato veio do quarto, o vento fazia um som horripilante, era um roteiro de filme de terror. Depois de muitas histórias malucas, Wanderlei disse algo que deixou o jornalista em pleno alvoroço.

– Depois de tudo que lhe contei, ela pediu pra gente sair pela porta dos fundos da casa, e bem devagar a velha levou nóis pra debaixo de uma árvore, uma árvore estranha com os galhos bem podres, jamais vou esquecer o rosto dela, era enrugado, ela tinha um nariz enorme

– Ta! Mas o que tinha nessa árvore garoto?

– Seu repórter, ela falou que na raiz daquela velha árvore tinha ouro, muito ouro, eram jóias dos portugueses que tinham feito muito mal a ela, mas a velha disse que só pessoas puras podiam pegar o ouro! Ela falou que eu e meus amigos podia pegar, mas só quando nós ficasse grande, depois disso ela pediu pra nois fechar os olhos, então ela sumiu, aí nóis voltou, foi isso que aconteceu

Mesmo que a história parecesse uma invenção de Wanderlei, as palavras do jovem tinham entoado como música, tanto para Glauber como para madrasta.

O repórter tratou logo de terminar a entrevista, pois para ele algo lhe interessava muito mais naquele momento.

– Olha, tá bom garoto! Não sei se isso dá uma (reportagem) mais obrigado mesmo assim, senhora muito obrigado por permitir a entrevista, passar bem.

Glauber saiu batendo a porta, ficava evidente que a parte do ouro português que o garoto tinha dito tinha lhe interessado muito, mas não só a ele.

– Ei! Onde a senhora vai? Calma não me deixe aqui sozinho

A ambiciosa madrasta passou a mão em uma velha inchada e partiu em direção ao bosque, a história do ouro português tinha aguçado o seu lado ambicioso, ela ficou cega, só pensou no ouro. Já Glauber, foi no seu carro abriu o porta-malas e pegou uma espécie de gadanho pequeno e assim como a ambiciosa madrasta, partiu em direção ao bosque à procura da tal árvore.

– Ahh, se esse moleque tiver inventando juro que do surra de cipó nele, ops! A árvore parece aquela ali. Dizia a madrasta de Wanderlei com os olhos cheios de ambição. Já Glauber sem conhecer bem o bosque depois de mais de uma hora avistou algo na mata.

– O que é aquilo? Estranho parece uma…… meu Deus o que é isso?

Era a madrasta de Wanderlei, morta no meio da mata, estava com seu couro cabeludo arrancado, com a pele de seu rosto jovem removida e também sem seu braço direito, mas quem? Quem poderia ter feito aquilo?

Glauber ficou apavorado, estava no meio da floresta diante daquela mulher mutilada, mas mesmo nervoso, viu também que estava bem em frente a tal árvore do ouro português, em nenhum momento ele se perguntou quem o que pudesse ter feito aquela barbaridade. Cego pela ambição do ouro, Glauber passou por cima do cadáver da mulher e foi até a árvore, mas algo mais misterioso ainda aconteceu.

– Ops!! Quem é você? De onde você veio?

Era uma mulher, que sem explicação saiu de trás da árvore, ela sorrindo levantou a cabeça, olhou para o jornalista e disse.

– Você também quer meu ouro?

Meu nome é João Damaceno, moro em Santos, no litoral de São Paulo e sou Mecânico Industrial e escritor.

A Casa
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