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Matando um anjo

Ocorreu no interior do Chile, mais precisamente numa cidade do sul do país, conta-se que numa noite de muito frio, no final da década de 1950.

Eram 21:00, luz da cozinha ainda acessa da janta, mãe lavando louça, quando o pequeno Volker, com seus tenros 2 anos e meio de idade, se levanta da cadeira no canto da cozinha (de onde observou seus pais e irmão jantarem) tomar a saia de sua mãe e pedir inocentemente:

– Me dá um pedachinho de pão, mamãe!

– Mas eu já te falei, seu menino atrevido use a expressão “por favor”, entendeu. Use a expressão “por favor”!

– Um pedachinho de por favor!

– Não, não e não. Você tem que pedir um pedacinho de pão, por favor.

– Um pedachinho de pão, por favor, mamãe.

Foi quando, numa explosão de raiva, a mãe (uma mulher de 35 anos, famosa na cidade por sua beleza ímpar) se vira, o pequeno Volker assustado, cai ao chão e a mulher lhe põe o sapato de salto alto na cabeça, fitando-o fixamente nos olhos. O menino ainda assustado, não diz uma palavra e começa a chorar. A mãe ao ver uma vez mais as suas lágrimas relembra as palavras de seu tio, afirmando-lhe que choro é demonstração de fraqueza. Então a sua fúria que já era grande, cresce ainda mais e para acabar com o choro, a mãe levanta a ponta do pé deixando o salto apontado para o peito do pequeno Volker e, num interim de irracionalidade, crava-lhe com toda a força a ponta mais fina do sapato no coração do bebe.

matando um anjo

Lance fatal, quando a mãe percebe o que fez, sangue escorre do nariz do menino, que não cessa até 10 horas depois.

– Um fraco a menos no planeta! Afirma a mãe, se vira e continua lavando a louça.

O menino morre imediatamente, mas seu corpinho continua sangrando por horas, inclusive em seu velório, que naquela época era de 3 dias.

Do outro lado da cidade, sua família é avisada e ao saber seu avô, já com Alzheimer grita pela casa:

– Foi ela, eu sabia que ela não perdoaria meu netinho!! Ele é apenas um nenê… Foi ela. Desde aquela vez que ela deu um banho de mangueira nesse nenê, no frio do inverno, as 10 da noite, eu soube que ela o mataria…

Ao saberem da notícia, pouca importância dão ao avô, que todos julgam demente e se dirigem à casa do assassinato. Ao chegarem a casa deparam-se com uma mãe e um pai sem sofrimento no rosto, e com um pequeno corpinho branco, de cabelos louros, deitado encima da mesa, já com roupa branca e limpa. Seu nariz ainda sangra, porém cada vez menos… Ninguém percebe, graças a roupa recém trocada, o ferimento em seu peito.

Os tios do nenê correm para providenciar os detalhes de seu funeral e sua tia, providencia uma roupa mais adequada para um garoto de sua idade, uma camisa branca, suspensórios, meias brancas 3/4, shorts quadriculados cinza e sapatinhos pretos.

Consta na certidão de óbito, assinada por um médico com má fama na cidade, que o garoto faleceu de causas naturais. Porém, o tio de Volker ao descobrir a verdade, a denuncia para a polícia, um mês depois. Faz-se a exumação do corpo, que detecta que o nenê tinha ossos quebrados e já calcificados durante sua curta vidae o ferimento no peito, tanto mãe como médico vão presos, por assassinato e por falso testemunho, respectivamente. Mãe assassina condenada a morte por fuzilamento, porém numa manobra digna de latino-americanos, é absolvida pela justiça e obrigada ao exilio eterno. Mas o pior para a assassina, foi o exilio de afeto que sua própria família (pai, mãe, irmãos, sobrinhos) lhe impôs, nunca mais dirigindo-lhe a palavra, nem o olhar. Seu marido se exila junto com ela.

Exatamente 54 anos, ao revelar seu sobrenome,a tia que deu as roupas de Volker para seu funeral, é questionada por uma senhora que vivera na mesma época na cidade, sobre se sabia do crime terrível que havia ocorrido pois a mãe tinha o mesmo sobrenome.

– Nunca ouvi esse nome! Respondeu a irmã, que perdoou, mas nunca esqueceu daquele terrível evento.

Autor anônimo.

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