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Amor eterno

Na cidade de Concepción, no sul do Chile, no mês de fevereiro, exatamente no ano de 1966, conheci um jovem alto, moreno, muito bem vestido (seu apelido era “el cuico” que significa “o chique”) muito elegante na casa de uma amiga chamada Angélica, num lindo domingo de sol, lá pelas 19:30. O fato ocorreu no sul do Chile, e lá, no verão a essa hora, o sol ainda está alto.

Conversamos por alguns minutos, Angélica, eu e esse jovem chamado de Jaime, eu estudava no Colégio Imaculada Concepción e estava no que na época se chamava de segundo médio, era o segundo ano do ensino médio atual e eu tinha muita dificuldade na matéria de física e contei isso à minha amiga. Por esse motivo minha mãe estava me pressionando a tomar aulas particulares e perguntei se ela conhecia alguém que pudesse me dar aulas e ela imediatamente afirma que seu amigo Jaime poderia me ensinar sobre essa matéria.

Aos poucos dias depois, minha mãe conversa com ele e começamos as nossas aulas às tardes, depois das aulas dele na universidade. Jaime era da capital do país, Santiago e morava em minha cidade, numa pensão e estudava Engenharia.

Após mais de um semestre, minhas notas melhoraram bastante e num dia, logo depois do almoço toca o telefone (que naquela época era pendurado na parede) era o Jaime me convidando para ir ao cinema, mas naquela época os alunos dos colégios particulares tinham que fazer provas escritas para passar de ano e expliquei a ele que não poderia ir pois no dia seguinte teria prova de Espanhol e teria que estudar, porém eu o convidei a tomar um café da tarde as 18 horas. Não posso negar que fiquei muito triste de não ir com ele ao cinema e eu não entendia o motivo da minha tristeza e uma colega de colégio me explicou que eu estava gostando do Jaime.

Fui muito bem nas provas de final de ano e passei de ano, para o terceirão, que naquela época se chamava 6º humanidades.

Um dia, ele me convidou a dançar e fomos, minha irmã, seu namorado (hoje seu marido), minha amiga Angélica, seu namorado, Jaime e eu. Ele me tirou pra dançar e “se declarou [1] ” dizendo que:

– “Eu sinto que a nossa amizade se converteu em “algo lindo” que é o amor e quero saber se você me aceita como namorado!

Amor eterno

 

Claro que aceitei na hora e começamos um namoro que durou 3 anos e meio. Ele se formou e começou a trabalhar numa grande empresa que ficava a duas horas de minha cidade, a partir de então começamos a vernos a cada 15 dias.

Um belo dia, lá por 20 horas ele me liga por telefone e me pede em casamento e me disse que queria se casar rápido, acredito que era março e eu lhe disse que queria que primeiro ficássemos noivos e assim o fizemos no dia 1º de maio de 1971. Depois de 3 meses nos casamos, no dia 24 de julho de 1971 na igreja de Santo Agostinho, em Concepción.

Estamos casados ​​a 46 anos, tivemos 3 filhos (dois meninos e uma menina, nessa mesma ordem), 7 netas e um neto e somos muito, muito felizes, porém agora morando no Brasil.

[1] Declarar-se – palavra da época, que significa que uma pessoa conta seus sentimentos de amor pela pessoa que está ouvindo.

 

Autor
Meu nome é Erika Araneda Hecker, sou professora de espanhol e moro em Canoinhas, no interior do estado de Santa Catarina, no Brasil.

 

Amor eterno
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