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A verdadeira história de Romeu e Julieta: 4 séculos depois.

Esta carta, endereçada ao senhor Capuleto, foi encontrada numa caixa guardada há pelo menos 460 anos, no porão da mansão que foi da família,e é datada no ano de 1554 e foi escrita em Verona, cidade do interior da Itália. A carta foi escrita por Luca Distefano, um famoso e belo conquistador da cidade que, segundo a lenda desposou mais de 1.000 mulheres e, que segundo as velhas fofoqueiras que moravam onde hoje é a Societa’ per il Turismo e Viaggi Valpantena, manteve um romance secreto com uma sobrinha do senhor Capuleto. A carta muda uma das mais conhecidas histórias da humanidade e nela Luca diz:

Senhor Capuleto, gostaria de expressar minhas mais sinceras condolências pela morte de sua filha, que tão bem conheci e por quem tive uma enorme afeição, porém como o senhor poderá entender durante esta carta, vi-me numa condição quase que obrigatória de me afastar e, se os eventos não tivessem ocorrido da maneira que ocorreram, talvez Julieta não estive, hoje no cemitério.

Tudo começou numa festa que o senhor promoveu e que eu não fui convidado, mas que sua esposa me colocou pois desejava me apresentar à sua filha, que já estava na hora de se comprometer seriamente com alguém. Nessa festa tive uma curta conversa e a sorte de uma rápida dança com Julieta, como o senhor viu, e foi quando ela me disse ao ouvido que desejava me conhecer melhor e que me esperaria no jardim da casa à primeira badalada noturna do sino da igreja. Não poderia ter deixado de ir e quando lá cheguei estava também Romeu Montecchio, escondido atrás de um arbusto e quando o vi, achei melhor voltar e ir embora, por saber do poderio que essa família possui. Mas antes de ir-me escutei que Romeu se declarou à sua filha e ela, sem desejar magoá-lo disse-lhe que era melhor conversarem em outro momento, pois era muito tarde e o senhor poderia surpreende-los.

Coincidentemente, me encontrei com ela e seu criado Gregório na Piaza Bra dois dias depois, quando Gregório se encarregava de comprar as frutas para o seu almoço. Entreguei a Julieta, sem que Gregório pudesse perceber, um bilhete onde dizia o lugar e o horário daquele dia para encontrar-nos, tenho que confessar, senhor Capuleto, que eu estava completamente apaixonado por sua filha. Ao lado da Ponte de Castelvecchio no horário exato ela lá se encontrava, e ali ficamos conversando por quase duas horas, sem sermos percebidos. E assim nos encontramos por mais 3 vezes, até que ela declarou seu amor incondicional por mim e me pediu que conversasse com o senhor para pedi-la em casamento. Porém, Romeu segundo Julieta me contou, não parou de investir e fez diversas tentativas de conquistá-la, mas ela sabendo da rivalidade secular entre as suas famílias, não tinha espaço em seu coração para aquele membro do clã Montecchio e nem queria desapontar Vossa Senhoria com tão infame relacionamento. Julieta me contou que naquela vez em que lhe entreguei o bilhete, na Piaza Bra, Gregório percebeu, porém guardou segredo e não contou nada ao senhor nem a sua bela esposa. O fato é que quando Romeu tentou aproximar-se indagou a Gregório sobre a vida intima de Julieta e este sabendo das intenções de Julieta para comigo, contou-lhe sobre nossos encontros, que provavelmente observava a distância, sempre mantendo dignamente sua função.

Foi quando recebi uma carta, que eu sempre desconfiei sobre sua veracidade. Como o senhor deve saber sou um famoso arqueiro da cidade e já tinha ganhado (naquele momento) 3 campeonatos municipais e por essa habilidade, a carta me convidava para ser arqueiro do nosso grande rei Fernando I. Desconfiei da carta, mas não podia deixar de me apresentar, pois caso fosse verdadeira e não me apresentasse poderia sofrer uma sanção muito séria do nosso grande rei. Contei à Julieta sobre minha ida, que deveria ser imediata. Julieta caiu em prantos e a última imagem que me lembro dela foi de ver seu rosto completamente vermelho de tanto chorar, suas mãos suplicando-me para ficar, afirmando-me que seus ossos eram meus.

Segui caminho que deveria tardar dois meses de cavalgada até Viena, porém quando estava perto de Vicenza, mais especificamente em Creazzo fui abordado por 4 homens que me espancaram tanto que minha recuperação demorou mais de 60 dias, pois me quebraram o maxilar, o braço direito, dois dedos e quatro costelas. Os homens somente me disseram que deixara o caminho de Romeu, poderoso filho da casa Montecchio.

Ao voltar a nossa querida cidade, estava decidido a reconquistar Julieta e organizei uma serenata, porém Julieta pensando que eu fosse Romeu, me jogou um balde de água e tive que ir para a casa totalmente ensopado. Nesse momento soube, também que Páris estava cortejando Julieta e também por esse motivo acabei desistindo de sua filha, mesmo sem saber que ela ainda me amava e rechaçava Páris e Romeu por amor a mim. Comecei a cortejar Rosalina, uma linda moça loira com quem vim a me casar 45 dias depois. Ao saber de minha volta e de meu casamento Julieta foi se orientar com Frei que lhe oferece o famoso frasco com o liquido que a faria parecer morta, porém ela não estaria morta e o frei me avisaria imediatamente sobre o ocorrido e assim, segundo os planos dos dois eu deveria ir busca-la no mausoléu de sua família dois dias depois, quando o efeito da poção passasse. Porém Romeu, que tinha sido exilado, como o senhor sabe (pelo assassinato naquela terrível luta com Mercúrio)ao saber da morte de Julieta volta à cidade e ao chegar ao mausoléu e ver Julieta supostamente morta, toma cicuta e com a boca ainda com resquícios de cicuta beija-a e cai morto sobre o corpo de Julieta, que ao ter contato com o veneno acaba falecendo definitivamente.

Infelizmente cheguei tarde demais para levar sua linda filha e minha amada Julieta, e se não fosse por meu cavalo que estava com dor nos tendões naquele dia, a história poderia haver sido contada de outra maneira. Sinto muito.Seu sempre admirador, Luca Distefano.

 

Autor
Meu nome é Alvaro Concha, sou consultor de empresas, tenho 4 filhos e moro em Porto União, uma cidadezinha do interior do Brasil, no estado de Santa Catarina.

 

A verdadeira história de Romeu e Julieta: 4 séculos depois.
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