No pico de uma linda e isolada montanha, em algum país latino-americano, vivia uma mulher chamada Laura, viúva, dois filhos, Ana (12 anos) e Pedro (16 anos).Ambos viviam muito felizes em meio a natureza, estavam tão adaptados ao ambiente calmo e isolado que pareciam se mimetizar com tudo ao redor, pois dali só saiam para ir a escola e fazer algumas compras na cidade.
Laura, professora aposentada, optou por viver de forma mais isolada após a morte do marido, pois sua filha Ana tinha dons especiais. Ela via e conversava com gnomos convivendo alegremente com eles, durante sua vida conheceu vários deles, trocou experiências, estabelecendo uma relação de carinho e amizade.Com os humanos, suas amizades eram raras, pois ela era vista como esquisita e até louca por muitos.
Os pais, a principio, imaginavam ser coisa de criança e que com o tempo tudo iria se resolver, mas ao contrário, com os anos tudo foi se tornando mais freqüente e intenso na vida da menina e o mundo exterior foi ficando cada vez mais longe de Ana.
Um dia de primavera, em uma linda e ensolarada manhã, podia-se sentir o cheiro das flores, regando o cenário cantos diferentes de pássaros, e como se fosse possível a floresta da montanha ainda mais encantadora. Faltavam olhos para Ana contemplar tanta beleza e encanto, sentada embaixo de um pé de chorão, brincava com as folhas nos longos galhos que encostavam no chão.Momento mágico, desejava Ana no âmago do seu coração que ele se eternizasse e foi quando, de repente,apareceu um dos gnomos, baixinho, com barba longa e branca, um rosto marcado pelo tempo,blusa e calça vermelhas, botas pretas, pequenas estrelas pareciam envolvê-lo, resplandecendo muita luz o que tornou este momento diferente de todos os outros que ela tivera com seus amigos gnomos.
Com uma linguagem parecida com a nossa, misturando umas palavras esquisitas, o mestre dos gnomos esclareceu a pequena Ana o porquê ela fora escolhida por eles para ser a sua mensageira neste mundo.
– Só uma menina pura, de coração sem maldades como o nosso poderia nos entender.Ana concentrada e estática parecia não respirar, doava-lhe ao mestre toda a sua atenção é como se estivesse aguardando este momento pela vida toda,
– Somos um povo quase esquecido, poucos humanos lembram-se de nós e temos trabalhado muito duro as noites escondidos nas floretas, purificando o universo para vocês. Antigamente éramos aceitos pela sociedade, e frequentávamos as casas, tínhamos muitos amigos e éramos imensuravelmente felizes, mas tudo isto aconteceu quando as águas ainda eram limpas e as matas virgens.Como nossos cristais purificavam as casas, passamos a ser chamados de espíritos das casas e muitas crenças e inverdades foram criadas em torno de nós.Desta forma, com o tempo fomos obrigados para nossa segurança nos retirarmos da sociedade, indo para esconderijos nas florestas, muitas vezes íamos para esconderijos subterrâneos, de acesso muito difícil. Temos vivido assim por muitos e incontáveis anos, porém não deixamos um dia sequer de ajudar o seu povo, nascemos com essa missão. Escavamos as terras, encontramos cristais e os purificamos, iluminamos o universo dos homens com eles. Há muito tempo temos nos sentido injustiçados e infelizes com essa realidade, precisamos da sua ajuda para divulgar a verdade da nossa história ao seu povo, decidimos mostrar a verdade para o mundo dos homens, precisamos honrar nosso povoque a muitos anos tem sofrido com a injustiça do isolamento.
Comovida com a revelação do mestre Ana o abraçou, lágrimas se misturaram, uma energia de compaixão foi sentida. Ambos juntos escreveram um livro, demorou quase um ano para sua redação e edição.Com a ajuda de alguns anjos de luz o livro conseguiu chegar em todos os cantos do mundo, despertando comoção em uma parte do mundo, eu diria que na parte boa do mundo! Mas o trabalho de Ana e do mestre ainda continua nos dias de hoje em busca de boas pessoas, com coração grande e com a capacidade de imaginação. Você conhece alguém assim?
Jomara Lemos – Porto União/SC – Brasil