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O poder da palavra

O caso que vou relatar ocorreu na minha adolescência quando residia na cidade de Ponta Grossa-PR. Em um domingo meu pai me pediu para ir buscar a minha Avó paterna para almoçar em nossa casa como era de costume. Minha avó, descendente direta de Ucranianos, na época beirando seus 70 anos, era pessoa fria de sentimentos, coração meio duro e se impressionava fácil com notícias trágicas de acidentes, assaltos, etc. Era o assunto preferido dela.

Em nossa casa, na cidade de Ponta Grossa ficava em uma rua com um ângulo de 20˚ de descendência e na frente tinha umas 5 muretas de +/- 1 metro de altura, onde uma corrente grossa passava de uma mureta para a outra como forma decorativa e naquela semana meu pai havia contratado um pedreiro para quebrar e retirar as muretas, pois iria fechar toda a frente da casa com uma grade de ferro e havia detritos de tijolos quebrados e cimento por toda a frente da casa.

Assim, chegando em frente de casa com a minha avó, esta logo observou a ausência dos pilares com os detritos em volta e impressionada como sempre me perguntou:

– “Minha Nossa Senhora Alexandre! O que foi que aconteceu aqui?”. Como ela gostava de notícia trágica, eu resolvi inventar uma história a título de brincadeira e respondi a ela:

– “Vó do Céu! A Sra. não vai acreditar no que aconteceu…pois não há de ver que um caminhão estacionado no começo da rua disparou e rodou a rua toda sem motorista e acabou destruindo as muretas e parando aqui em casa…”.

A reação de espanto da minha avó foi imediata:

– “Meu Deus do céu Alexandre… que perigo menino… ninguém se machucou? E eu respondi quase rindo:

– “Graças a Deus não vó… A Sra. veja que loucura…”

Ai entramos com a vó impressionada aonde sustentamos a mentira piscando para os meus pais até a hora do almoço e depois contei a ela da brincadeira e rimos todos. O domingo correu agradável e no final do dia levei minha avó de volta para a sua casa.

Realmente no começo da minha rua tinha um caminhão Feneme antigo, sempre estacionado a mais ou menos uns 800 metros da minha casa e para o meu espanto e incredulidade, no começo da manhã do dia seguinte, na segunda feira este caminhão realmente dispara e acabou destruindo toda a grade de ferro da casa vizinha parando a uns 10 cm antes de pegar o muro de nossa casa!

Não sei dizer se foi premonição, se foi um anjo na hora da brincadeira que disse “amém” ou se foi o poder da palavra ou da mente, o fato é que depois desta experiência eu procuro tomar mais cuidado naquilo que falo.

Alexandre R. Distefano – Balneário Camboriú/SC – Brasil.

 

 

O poder da palavra
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