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Horror noturno

Percebo em uma fração de segundos um golpe de espada vindo em minha direção, não sei onde estou e nem como fui parar ali. Não consigo pensar em nada, pois os golpes direcionados a mim são tantos que o meu único reflexo é tentar me defender.

O lugar está escuro, é noite ou a luz do dia simplesmente não existe, não consigo ver muito além de onde estou. Tento descrever o que vejo, porém é quase impossível prestar atenção, pois preciso estar atenta para me defender e assim sobreviver a toda a essa turbulência.

A única certeza é que estou numa multidão de pessoas, se é que posso chamar assim, pois possuem rostos desfigurados que mais parecem monstros, vindos de todas as partes daquela cidade. Percebo as casas, mas estou sozinha naquela guerra sem fim.

A todo instante alguém me ataca. Não sinto medo, pois não há tempo para isso, mas consigo me defender dos golpes que não cessam nem  por um único segundo. São muitos à vir em minha direção, não ouço sons, talvez aquela loucura tenha me ensurdecido. Sinto frio.

Diante daquele cenário horripilante, percebo que estou sem espada, não sei se a perdi, mas tenho a impressão de que ela nunca existiu. Começo a perder a esperança quando um ser acinzentado, com roupas esfarrapadas vem em minha direção para me atacar, me esforço ao máximo para materializar uma arma de defesa, mas sinto o frio do aço perfurar meu corpo.

Nesse instante acordo, ainda está escuro e meu marido dorme ao meu lado, me sinto um pouco aliviada. Meu coração está acelerado, sinto o corpo pesado e o silêncio presente naquele lugar parece ter me acompanhado até ali.

Faço uma oração, mas mesmo antes de finalizá-la acabo adormecendo e por incrível que pareça volto a ter o mesmo sonho, mas agora sei que em um horário certo o meu celular irá me despertar daquele pesadelo.

Continuo a minha batalha pela sobrevivência, não sei descrever com palavras o que sinto. Talvez um vazio acompanhado de tristeza e revolta quando aconteceu algo surpreendente.

Como se estivesse separados por uma linha vejo o começo do azul do céu. Fico surpresa, pois foi inimaginável. Meu corpo começa a levitar e vou me aproximando cada vez mais daquele azul, deixando para traz aquele submundo das trevas.

horror noturno

Enquanto meu corpo flutua posso ver pessoas abaixo de mim tentando me segurar, fiquei em dúvida quanto a isso, mas a minha vontade de sair dali o quanto antes foi maior do que tudo.

Sempre depois desses pesadelos fico com uma sensação ruim e gostaria que nunca tivesse passado por isso, pois é tão real que sinto um pavor só de pensar. Fico tentando encontrar uma explicação. Talvez sejam os filmes que eu assisti ou como dizia uma amiga: “quando dormimos nosso espírito se desprende do corpo e percorre os mais diversos lugares”.

Eu prefiro acreditar que foi só mais um pesadelo, e você em o que acredita?

 

Autor
Juliana Ribeiro Borges – Três Barras/SC – Brasil

 

Horror noturno
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